Pela valorização<br>do Tapete de Arraiolos
Foi publicado em Diário da República, dia 3, uma resolução do Parlamento que recomenda ao Governo que adopte medidas para a instalação e funcionamento de um centro para a promoção e certificação dos Tapetes de Arraiolos, no Alentejo. Esta recomendação da AR teve na sua génese um projecto de resolução apresentado pelo PCP e aprovado por unanimidade.
De acordo com a resolução, o Governo deve proceder à nomeação, no prazo de 30 dias, de uma comissão responsável pela revisão da proposta de estatutos do Centro para a Promoção e Valorização do Tapete de Arraiolos, no distrito de Évora, integrando os representantes de três ministérios, da câmara e de associações de produtores.
Ao Governo é também sugerido que fixe o prazo de 120 dias para a apresentação da proposta de estatutos e que aprove, no prazo de 180 dias, os estatutos do Centro para a Promoção e Valorização do Tapete de Arraiolos.
Desde há muito que o PCP batalha pela criação de uma estrutura que certifique os genuínos Tapetes de Arraiolos, produzidos na vila com o mesmo nome, por considerar que a sua inexistência tem originado problemas económicos, sociais e patrimoniais e culturais.
Recorde-se que o Parlamento já tinha aprovado, em 2002, a lei que criou o Centro para a Promoção e Valorização do Tapete de Arraiolos, com competências de certificação, que todavia nunca entrou em funcionamento por falta de aprovação dos estatutos.
A Câmara de Arraiolos está, entretanto, a trabalhar na candidatura dos Tapetes de Arraiolos a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), cuja apresentação está prevista para 2017.
As referências ao «Tapete de Arraiolos», bordado a lã com a técnica do ponto cruzado oblíquo, remontam a finais do século XVI (1598), situando a sua origem naquela vila alentejana, povoada no princípio do mesmo século por mouros e judeus, expulsos da mouraria de Lisboa por D. Manuel I. As famílias que ali se fixaram, segundo as investigações, terão encontrado abundantes rebanhos de boa lã e diversidade de plantas indispensáveis ao tingimento e fabrico das telas onde são manufacturados os hoje bem conhecidos «Tapetes de Arraiolos».